O IFC é um Institutos Federais que aderiu ao Partiu IF — Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para acesso de Estudantes da Rede Pública de Ensino à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
A iniciativa, instituída nacionalmente pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Rede Federal, consiste em um curso preparatório, voltado a alunos do 9º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas, que irá oferecer aulas e atividades voltadas para a recuperação de aprendizagens destes estudantes — além de melhorar suas oportunidades de acesso nos processos seletivos do Ensino Médio dos IFs e, posteriormente, garantir sua permanência e êxito.
O IFC ofertará 600 vagas em seus campi. Os alunos do programa receberão uma bolsa no valor de R$ 200,00, por 8 meses, para promover sua permanência no programa, auxiliando nas despesas de transporte e alimentação.
Quem poderá se inscrever?
O Programa é voltado para estudantes de grupos prioritários, com maior histórico de vulnerabilidade social e que compõem o público-alvo da Lei n° 12.711/2012, alterada pela Lei n° 14.945/2024:
a) os que cursaram integralmente a educação em escola pública;
b) os oriundos de famílias com renda igual ou inferior a um salário-mínimo por pessoa;
c) os autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas; e
d) a pessoa com deficiência.
Como funcionará o Partiu IF?
As atividades terão início ainda no primeiro trimestre de 2025, e serão organizadas da seguinte maneira:
Ciclo Básico de Formação: aulas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências da Natureza, com 40 horas cada, mais 40 horas cada para atendimento aos estudantes;
Formação Suplementar: atividades complementares como oficinas de redação, resolução de problemas, debates, orientação pedagógica, acompanhamento psicossocial dos estudantes, entre outras.
Cada campus terá três professores e três monitores para ministrar as aulas — além de um coordenador pedagógico e um profissional de apoio, como psicólogo ou assistente social. O material didático para o Ciclo Básico de Formação será fornecido pelo MEC; as Instituições Executoras (como é o caso do IFC) poderão produzir materiais para a Formação Suplementar, considerando as características e especificidades locais.
Pessoal, estrutura e recursos
Na Região Sul, o Partiu IF vai ofertar até 106 turmas em seis instituições, formando um máximo de 4.240 estudantes. O investimento total para a Região será de cerca de R$ 18,8 milhões, com recursos descentralizados para o Instituto Federal Sul-Riograndense (IFSUL), que realizará os pagamentos das bolsas para os profissionais e estudantes envolvidos no projeto (saiba mais abaixo).
Especificamente para o IFC, o investimento será de cerca de R$ 2,4 milhões. Além do recebimento de bolsa por parte dos alunos, haverá também recursos para os monitores, que receberão uma ajuda de custo de R$ 700. Além disso, os professores, coordenadores pedagógicos, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais e tutores receberão valores equivalentes ao “Extensionista C” da tabela CNPq (R$ 1430,00).
“Os profissionais para a condução do projeto em cada campus serão selecionados via edital”, explica o coordenador institucional do projeto no IFC, professor Davi Cézar da Silva. “O edital está sendo elaborado, colaborativamente, pelos coordenadores institucionais dos institutos federais da região sul — PR, SC e RS.”
De acordo com Silva, as atividades do programa serão desenvolvidas nos espaços institucionais do IFC. “Ainda estamos estudando algumas possibilidades, mas entendemos que é importante os alunos conhecerem as instalações de nossos campi, como laboratórios, bibliotecas, refeitórios, entre outros, para que também se sintam motivados a ingressar nos diferentes cursos de nossa instituição.”
O projeto foi apresentado nesta quinta-feira (30) na reunião das Direções de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPEs) do IFC, para demonstrar um panorama geral sobre a organização do programa e atualizar os diretores sobre o andamento dos trabalhos conduzidos pelos coordenadores institucionais da região sul. “Na oportunidade, respondemos algumas dúvidas e levantamos sugestões para a continuidade nos trabalhos de organização e implementação do Partiu IF em nossos campi. Consideramos importante este momento, para que cada campus possa ir se organizando no sentido de passar as informações aos servidores que, porventura, tenham interesse em candidatar-se às vagas previstas no edital”, afirma Silva. “Além disso, é fundamental uma aproximação com as redes de Ensino, com informações gerais sobre o programa; assim, as escolas poderão nos auxiliar no momento da inscrição dos alunos para a seleção, por meio de edital”.
Superação de obstáculos e desigualdades
O coordenador institucional do Partiu IF no IFC falou sobre os fatores que levaram ao desenvolvimento do programa. “De maneira geral, como uma das justificativas para a criação do programa, estão os baixos índices no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB) de 2023, que revelaram uma estagnação na proficiência dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental em Língua Portuguesa e Matemática, evidenciando a necessidade de ações para superar as desigualdades educacionais. Como outro ponto importante, temos os obstáculos enfrentados para ingressar no Ensino Médio e na Rede Federal pelos grupos prioritários que são foco do projeto — estudantes negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e alunos baixa renda —, devido a fatores socioeconômicos e culturais”.
“Nesse sentido, entende-se que o Partiu IF, por meio de seu desenho curricular, e pelos incentivos para a permanência dos estudantes, tende a produzir uma melhoria na igualdade de oportunidades para que os estudantes negros, indígenas, quilombolas e com deficiências possam melhorar as condições de acesso ao ensino técnico federal e/ou qualificar sua permanência no Ensino médio, tanto nas instituições federais, quanto nas redes estaduais de Ensino”, conclui Silva.
Texto: Cecom/Reitoria/Thomás Müller
Arte: Cecom/Reitoria/Andréa Santana